quarta-feira, 21 de março de 2012

Coisas estranhas na nossa casa - parte II


Em primeiro lugar é importante reter que piaçaba é o nome de uma palmeira. Posto isto, vim-vos falar do outro piaçaba, aquele que de palmeira tem muito pouco, a não ser que vocês limpem o cocó da sanita com palmeiras. O que, verdade seja dita, iria requerer uma boa dose de imaginação e força. Para além disso é, igualmente, necessário perceber que o nome piaçaba se refere à escova em si e não ao cabo, deixando o cabo órfão de nome. (aceito sugestões, mas para mim aquele utensilio deveria chamar-se “pau de piaçaba”, de forma a não ostracizar o cabo, que afinal de contas é o que sustenta a escova que mais cedo ou mais tarde estará na merda). Queria também salientar o meu desprezo por todas aquelas pessoas que tratam o piaçaba como “piaçá”. Que eu saiba, na língua portuguesa não existe o “ba” mudo, de maneira que se está lá, é para se ler. Porque se não, metam o piaçá no rá, ok?

Não sei se quero acrescentar alguma coisa. Pronto, não quero!

I`ll smell you all later 

quinta-feira, 1 de março de 2012

silêncio e sol


A solidão é dos sentimentos mais irónicos que existem. Como é possível sentirmo-nos sozinhos quando sete mil milhões de personalidades nos rodeiam? É incrível a falácia que esta interrogação apresenta. As pessoas não nos rodeiam a nós, rodeiam espaço que nos circunscreve. Porém esse espaço é comum, não nos pertence, no nosso espaço só deixamos entrar determinadas personagens em determinados momentos.
A solidão pode ser momentânea ou pode ser duradora. Podemos nos sentir sós no meio de uma multidão, porque quem nos preenche não está lá. Existem preenchimentos voláteis que nos acalmam a sensação de estar só durante um certo tempo, mas é inevitável que, por vezes, uma sensação de vazio prevaleça. Às vezes queremos ser sós, mas não estar sós. Percebem? Há um espaço muito dentro que não partilhamos, ou quase nunca partilhamos, mas gostamos de ter pessoas com que sabemos que caso queiramos revelar esse espaço, elas lá estarão para o abraçar.


I`ll smell you all later

P.S. Este post é dedicado a todos aqueles que se sentem maltratados, ostracizados, abandonados. Não há razões melhores ou piores para se sentir a solidão. Não é uma coisa racional, não há solidões mais justificáveis do que outras. Desde aqueles que não têm ninguém, aqueles que acham que não têm. Só, está o sol e ele não se esquece de brilhar.
Enfim, amanha será sempre outro dia.