sábado, 18 de fevereiro de 2012

50/50


E se de repente fossemos confrontados com um vocabulário técnico e desumanizado e que a única coisa que conseguíssemos retirar fosse que temos cancro? Um tipo de cancro raro e devastador, a avaliar pelo nome demasiado comprido e específico. Se a esse juntarmos a incompreensão por aquilo nos ter surgido no suposto apogeu da vida, sendo nós pessoas aparentemente saudáveis e o facto de estatisticamente só termos 50% de hipótese de sobreviver.
 Este é pois um previsível epiteto de um “dramalhão” de fazer chorar as pedras da calçada, tirando o facto de não o ser. Esta pelicula, protagonizada pelo Joseph Gordon-Levitt, ganha por aligeirar a dor, sem nunca aligeirar a temática. Não se goza com quem tem cancro, mas antes com o próprio cancro. Passamos 1h30 a oscilar entre gargalhadas ensurdecedoras e lágrimas furtivas. O triângulo de actores composto pelo Joseph, o Seth Rogen e a Anna Kendrick dão cor a uma, suposta, história marcada a preto. No final do filme vamos reflectir e pensar sobre a nossa vida e sobre a condição humana. O impacto do filme varia de acordo com a sensibilidade que se tem à dor do próximo, mas dificilmente nos deixará indiferente.
Em contagem final para os Óscares, este pareceu-me ser um filme que mereceria estar nomeado. Um dos melhores que vi este ano.

P.S…O blog já fez dois aninhos. Ora bem, nesta idade eu já conduzia, fartava-me de ver apêndices mamários, tinha uma “cabeçorra” monstruosa e comia Nestum.
I`ll smell you all later