domingo, 19 de dezembro de 2010

"Porra, perdi o raio do comboio"


Olá amigos! Esta semana li um livro que me aguçou a vontade de observar com mais minucia o que me rodeia (“O estranho caso do cão morto” de Mark Hoddon). Não vos irei falar do livro, pois ainda não o digeri suficientemente bem, ficará para uma outra ocasião. Em todo o caso, como vos disse ainda agora, comecei a ter vontade de observar. Observar aquilo que sempre esteve à minha frente, mas que nunca vi. Sabiam por exemplo que quando passamos os olhos muito rapidamente de um objecto para outro, não vemos nada durante o tempo em que os olhos se deslocam. Ou melhor, o nosso cérebro cria uma ilusão para encher chouriços, que dá a ideia que vemos, mas a realidade é que durante aqueles milésimos de segundos, somos cegos. Assim como é verdade que olhamos para as mesmas coisas todos os dias, mas são raras as coisas que vemos e, menos ainda, as que valorizamos.
Confesso que me encaixo no perfil descrito. Porém, às vezes, lá vou tendo umas epifanias e percebo que se as coisas existem na nossa vida, então o mínimo que podemos fazer é reparar nelas. Por tudo isto, decidi observar e avaliar o significado do comboio para mim.
O comboio tem alguns estigmas. Carregam pessoas com excesso de perfume, com falta de banho, ou com uma junção das duas anteriores. Trazem carteiristas, malandros, chatos, doenças (atenção que quando falei de “chatos”, não me estava a referir à doença venérea). Enfim o comboio é tido como um guardador do que de pior existe. Por outro lado, com tantos milhões de passageiros distintos e com as suas idiossincrasias, o comboio tem também o que de melhor há no mundo.
Assumo agora perante vós, a minha incapacidade de analisá-lo durante a hora de ponta, caso contrário iria estigmatiza-lo ainda mais, porque convínhamos que nada de agradável pode advir da hora de ponta, a começar pelo nome, “hora de ponta” (ainda me hão de explicar o porquê do nome, vou-me abster de fazer piadas, pois acreditem que existem muitas).
Voltando ao tema, quando eu penso neste transporte público, eu imagino um lugar quase poético. Um lugar confortável, onde podemos ter conversas agradáveis com pessoas igualmente interessantes. Onde nos sentimos bem e não temos pressa de chegar ao nosso destino. Mas eu sou cliente dos comboios da linha de Sintra, por isso, não foi isto que eu observei. O meu comboio tem uma aparência descuidada, é medianamente confortável (para quem tem pernas curtas, para mim é um local para conhecer pernas) e é quase sempre superpopuloso. No entanto, confesso, eu gosto dele, porque me deixa pôr a leitura em dia, porque me permite ter conversas, que variam conforme a pessoa e o espírito. E, no final da tarde, quando o meu corpo e cabeça já pedem descanso, ele oferece-me 5 min, em que me deixa sozinho, em que as pessoas seguiram o seu trajecto para junto das suas famílias e fico só eu. Eu e aquele comboio descuidado e (naquele momento) muito confortável (pois ocupo os 4 bancos). Finalmente chego à minha paragem, mas não me apetece sair, apetece-me terminar aquela página, daquele livro ou revista, apetece-me ficar ali sozinho a olhar para a noite que, ainda à pouco não estava lá e, agora, se faz acompanhar pela lua.
Por tudo isto, andar de comboio até é bom.

(Ah, hoje quero-vos deixar com uma música, espero que gostem)

I`ll smell you all later

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Grd natal jokinhas fofas : )



Natal. O dicionário traduz esta palavra como “festa católica que se celebra a 25 de Dezembro” e é basicamente isso. Escolhe-se um dia, dá-se-lhe um significado mais ou menos estapafúrdio (Sim, sim. O menino jesus deve ter nascido dia 25 de Dezembro). Enchem-se mesas (quem as pode encher), as pessoas mascaram-se de altruísmo e bondade para com o próximo (que no resto do ano, para a maioria, fica no bolso). Dão-se prendas (que definem o quão importante essa pessoa é para vocês, por isso se me derem bombons já sei). E depois meus amigos? Depois vêm a parte mais irritante. A “solidariedade” e os programas alusivos a esta quadra.
Natal dos hospitais, Gala de Natal do “não sei quê”, Natal das prisões, Natal dos centros de saúde, Natal dos Velhos, Natal dos novos.
Mas esperem aí, o natal não é o mesmo para todos?
Antigamente (antes do baby jesus) comemorava-se o solstício de inverno. Os egípcios já comemoram a data há milhares de anos. Curiosamente também usavam uma árvore decorativa (estão a reconhecer o padrão).
Não me interpretem mal. Não tenho nada contra o menino jesus, nem contra a coca-cola (que inventou o Pai Natal). Adoro o facto de ir à casa de banho nos centros comerciais e ser presenteado com música desta altura, que se entranha e me obrigam a cantarolá-la. Isso até é giro (não para os meus amigos claro). Também não me incomoda o facto de as pessoas andarem super felizes e entretidas (pelo menos aparentemente). O que me preocupa é o que o seu sorriso alberga. Digamos que, nesta altura, elas andam anestesiadas. No entanto, o natal não dura para sempre. Os sorrisos esmorecem e tornam em frustração. As pessoas sentem-se obrigadas a comprar e no fim esquecem-se que terão de pagar a factura.
As fachadas, máscaras, o que lhes queiram chamar, são meras camuflagens para interesses maiores. Não é com o natal que salvamos crianças, descobrimos cura para o cancro e outras doenças, nem vamos ultrapassar a crise por ser natal. Quem criou o natal foram as pessoas, ora, as pessoas são imperfeitas, por isso o natal é tudo menos perfeito. O mundo não pára de girar por ser natal, mas gira muito dinheiro para bolsos indevidos nesta época.
Se querem ajudar, ajudem! Mas não esperem pelo natal. Agora vou cair no cliché (mas aplica-se) “Natal é quando um homem quiser”. Aproveitem bem esta época, digam às pessoas de quem gostam, o quanto elas são importantes. Dêem prendas se for preciso, mas não se cinjam ao natal.

P.S. Omiti falar de doces de natal, pois sou um ávido consumista de doçaria portuguesa tradicional e não quero que me cortem a ração no dia da consoada. E para aqueles que ficaram na dúvida, eu não suporto o natal. Não se esqueçam que enquanto nós gastamos, gastamos e gastamos. Outras pessoas sentem-se miseráveis por não puder gastar. Enquanto milhares enchem os centros comerciais à noite, outros dormem em caixotes. É triste ver que é preciso ser natal para as pessoas se “lembrarem” dos outros. É ainda mais triste ver que essa preocupação não é genuína. Perdoem-me se me alonguei, muito mais havia para dizer, mas vou guardar para mim. Em todo o caso o meu conselho final é para viverem o natal o melhor que souberem, assim como todos os outros dias da vossa vida.

I`ll smell you all later

sábado, 4 de dezembro de 2010

"Não me ouves, és como as couves!"


"Acreditas no amor à primeira vista, ou tenho de cá passar outra vez?" (dizem todos vocês para o meu blog).

Olá amigos! Sabem, tenho tanta pena destas frases não serem patenteadas. É que estamos perante as mentes mais engraçadas (e igualmente “badalhocas") de Portugal. Aliás, do mundo.
Mas estas expressões populares são muito mais que ordinarices corriqueiras. São, muitas vezes, expressões onde o nexo está ausente, mas que convidam a uma boa gargalhada.
A minha missão hoje é tentar desmistificar, explicar e questionar algumas expressões/ditados/afins da nossa cultura (perdoem-me se levar algumas frases à letra). Primeiro irei organizar um top 5 das minhas predilectas (aceito sugestões).

5º lugar - Diz-me quem é a tua ginecologista para eu lhe ir chupar o dedo.(ok, esta não quero explicar, há que manter o nível no blog).

5º lugar (vou repetir e deixar o antigo 5º lugar com uma menção honrosa (horrorosa). “Aí é que a porca torce o rabo”. Utiliza-se este provérbio quando algo nos desagrada. Mas já pensaram se faz sentido? Haverá uma porca a torcer o rabo de cada vez que não lhe dão ração suficiente. Serão todas as porcas contorcionistas de rabos? O rabinho da porca não está sempre, à partida, torcido? Estarão as porcas sempre tristes então?

4º lugar “Entre marido e mulher ninguém mete a colher.” Ainda bem que avisam. É que sabem, eu ando sempre com uma colher no bolso na esperança de encontrar casais a discutir para eu poder colocar a minha colher no meio. Porquê uma colher? É só para rimar? Então é estúpido!. Sendo assim também podia ser “entre marido e colher ninguém mete a Tupperware” (assim fazia mais sentido, porque às vezes durante as discussões as pessoas ficam com fome, mas não se deve pôr um Tupperware com comida durante uma discussão, tem que se esperar que acabe).

3º lugar “Focinho de porco não é tomada” (Voltando aos suínos) Ah, a sério? Então deve ser por isso que os porquinhos não têm TV no curral, não liga. De qualquer maneira o ser iluminado que criou este provérbio era um observador perspicaz e, quiçá, teve de sacrificar porcos, para provar a sua teoria genial.

(não me apetece arranjar 2º lugar, tenho muito que fazer ainda hoje)

1º lugar (em homenagem aos trolhas Portugueses (e dos PALOP e países de leste) “Deixa-me ver a etiqueta da tua camisola. Quero ver se diz 'Made in Heaven” (estavam à espera de um ordinarão, não é? Busted!)

Para finalizar, queria partilhar com vocês uma dúvida que me aflige. Estarão os homens da obras deste Portugal à espera de engatar alguém ao dizerem coisas do género “Oh boneca, se fosses de porcelana partia-te toda…”, ou “És como o caldo verde! Ficas melhor com o chouriço dentro!”. Pensarão que as meninas se apaixonam perdidamente por eles depois disto?
Por outro lado. Conhecem alguém que tenha sido engatado assim? (Sem ser daquelas meninas a pagar).

I`ll smell you all later

P.S. Se ofendi susceptibilidades no público feminino peço o meu sincero perdão. Prometo não usar destes piropos com o objectivo de engate.