domingo, 11 de novembro de 2012

"Gosto"


É engraçado a necessidade que nós temos de partilhar estados. E não é só estados de espirito. Eu tenho para mim que, hoje em dia, até gases furtivos se partilham no facebook e afiliados.
Pergunto-me como seria se de repente estas pessoas ficassem privadas destas tecnologias. Será que enviariam cartas registadas com aviso de recepção a dizer “Hoje comi um cozido à portuguesa e estava estupendo lol”?
Se calhar abrem a janela e metem-se a cantar “aquela” música com frases dissimuladas que funcionam como “indirectas” para a cara metade. Estou a imaginar um Facebookodependente a abrir a janela para partilhar uma música que contem indirectas. “Oh Maria dá-me o pito, oh Maria dá-mo já”.
Levanta-se o problema dos “gostos”. Não havendo Facebook seria muito difícil ter o feedback dos outros. No caso da carta registada, o destinatário teria de remeter para o remetente a figura de um polegar a apontar para cima em sinal de “gosto”. O que, convínhamos, ficaria caro. Para além disso, ter somente um gosto numa publicação é muito fraquinho. Teria que se mandar uma série de cartas a dizer a mesma coisa e esperar que as pessoas respondessem e comentassem. Respostas como  “ahah comexte cuxido a portugeza? Vaix dar buéx de peidux”, seguido de a figura de um polegar para cima, seriam ansiadas.
Agora imaginem que viveriam sem o meu blog…
Acalmem-se! Estava só a brincar. Estou aqui para ficar.  
I`ll smell you all later

5 comentários:

  1. Parecendo que não as pessoas antigamente tinha habito de se juntar em tascas e cafés e locais publicos variados, em grupos grandes e partilhavam estas coisas, sendo que o feedback chegava na mesma. Mas realmente, o feedback escrito com aquela gramática duvidosa é essencial.

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  2. Sabes que eu tento sempre comentar os teus posts mas a verdade é qe eles são sempre tão geniais e divertidos qe nunca ha mto mais a acrescentar.

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  3. Exacto, antes as pessoas encontravam-se e partilhavam as coisas :p quem me dera que não houvessem estas redes sociais...

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  4. Oh Patrícia, há quem consiga ainda não ter aderido a essas coisas e sobrevive! (Mas também acho que se experimentassem depois já não largavam).

    Todo o post é absolutamente verdadeiro... tornam-se todas as banalidades em questões de extrema relevância... E o mais contraditório de tudo isto é que, se por um lado as pessoas têm a ilusão de estar sempre acompanhadas por estas partilhas on-line (e cada vez sofrem mais por passarem algum tempo consigo próprias), a verdade é que o isolamento é cada vez maior... E sinceramente acho deplorável que certas pessoas considerem que só têm sucesso quando partilham a vida no facebook e pelo menos 20 pessoas comentam ou "aprovam" a sua atividade...

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  5. uma cena.. é Oh Maria dá-me o pito, oh Maria dá-mo cá e não já

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