segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Cinema Português e as mamas da Soraia

O que falta para o cinema Português dar um salto? Primeiro há que situar que salto quer dar. Se é verdade que com pouco dinheiro é mais difícil, por outro lado há muitos filmes demasiado maus para serem verdade (curiosamente aqueles com mais apoios). A verdade é que o mercado Português é uma confusão não sedimentada. Não temos tradição em cinema mais comercial, despretensioso e livre de qualquer propósito mais artístico. Vão surgindo alguns esporadicamente, geralmente apoiados por cadeias de televisão privadas e normalmente tão despretensiosos que se tornam péssimos. Depois há aquela necessidade de colocar um par de mamas no meio do filme, uma cena de sexo forçada e as mamas da Soraia Chaves. Obviamente, que facilmente começamos a associar o cinema português a mamas e a maus filmes.
Tentou-se quebrar a tendência do cinema de autor, com objectivos mais artísticos e menos comercializável, e criou-se uma série de filmes tão maus que nem com os seios da Soraia Chaves podem ser comercializáveis. Há que manter sempre os padrões de qualidade, o que nem sempre acontece.
Desculparmo-nos com a falta de apoio é igualmente parvo. Se é verdade que deveria haver mais apoio, torna-se complicado arriscar em quem tem pecado ano após ano. Torna-se um ciclo vicioso. Os jovens de valor que estão a começar, são muitas vezes tapados pelos “velhos” com os lobbies das televisões por trás e que facilmente arranjam apoio. No final tudo isto é negócio.
Depois aparece um filme Francês, que fala de Portugal e é logo um sucesso de bilheteira em Portugal. Afinal o que vem lá de fora é melhor e se tiver “tugas”, inspira aquela sensação de chauvinismo lusitano. A questão é: Não será mesmo o que vem lá de fora melhor? Ou será uma questão de quantidade. Cá fazem-se 300 filmes por ano, na América ascendemos a números mais de cem vezes superiores. É compreensível que no meio de tantos, saiam um maior número de filmes qualitativamente superiores e que cobrem todos os mercados. Cinema de autor, mais artístico, e o comercial, mais apelativo.
Volto a colocar a questão. O que falta para dar o pulo?
Qual pulo, já agora? É dinheiro? Ou é acabar com os lobbies e distribuir o apoio em quem merece? Há que ir ao cinema, ver os filmes, para depois os podermos criticar. Vão, vejam as mamas da Soraia, cheguem a casa e digam mal do filme, mas pelo menos podem dizer que estiveram lá e que para aquele ser melhor, faltou determinada coisa. Criticar por criticar não leva a lado nenhum. O cinema português é como o rumo de Portugal, cheio de merda, confuso e sem saber para onde remar, mas ainda ninguém nos proibiu de pensar, por isso…

I`ll smell you all later

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