O
que falta para o cinema Português dar um salto? Primeiro há que situar que
salto quer dar. Se é verdade que com pouco dinheiro é mais difícil, por outro
lado há muitos filmes demasiado maus para serem verdade (curiosamente aqueles
com mais apoios). A verdade é que o mercado Português é uma confusão não
sedimentada. Não temos tradição em cinema mais comercial, despretensioso e
livre de qualquer propósito mais artístico. Vão surgindo alguns esporadicamente,
geralmente apoiados por cadeias de televisão privadas e normalmente tão
despretensiosos que se tornam péssimos. Depois há aquela necessidade de colocar
um par de mamas no meio do filme, uma cena de sexo forçada e as mamas da Soraia
Chaves. Obviamente, que facilmente começamos a associar o cinema português a
mamas e a maus filmes.
Tentou-se
quebrar a tendência do cinema de autor, com objectivos mais artísticos e menos
comercializável, e criou-se uma série de filmes tão maus que nem com os seios
da Soraia Chaves podem ser comercializáveis. Há que manter sempre os padrões de
qualidade, o que nem sempre acontece.
Desculparmo-nos
com a falta de apoio é igualmente parvo. Se é verdade que deveria haver mais
apoio, torna-se complicado arriscar em quem tem pecado ano após ano. Torna-se
um ciclo vicioso. Os jovens de valor que estão a começar, são muitas vezes
tapados pelos “velhos” com os lobbies
das televisões por trás e que facilmente arranjam apoio. No final tudo isto é
negócio.
Depois
aparece um filme Francês, que fala de Portugal e é logo um sucesso de
bilheteira em Portugal. Afinal o que vem lá de fora é melhor e se tiver “tugas”,
inspira aquela sensação de chauvinismo lusitano. A questão é: Não será mesmo o
que vem lá de fora melhor? Ou será uma questão de quantidade. Cá fazem-se 300
filmes por ano, na América ascendemos a números mais de cem vezes superiores. É
compreensível que no meio de tantos, saiam um maior número de filmes
qualitativamente superiores e que cobrem todos os mercados. Cinema de autor,
mais artístico, e o comercial, mais apelativo.
Volto
a colocar a questão. O que falta para dar o pulo?
Qual
pulo, já agora? É dinheiro? Ou é acabar com os lobbies e distribuir o apoio em quem merece? Há que ir ao cinema,
ver os filmes, para depois os podermos criticar. Vão, vejam as mamas da Soraia,
cheguem a casa e digam mal do filme, mas pelo menos podem dizer que estiveram
lá e que para aquele ser melhor, faltou determinada coisa. Criticar por
criticar não leva a lado nenhum. O cinema português é como o rumo de Portugal,
cheio de merda, confuso e sem saber para onde remar, mas ainda ninguém nos proibiu
de pensar, por isso…
I`ll
smell you all later
:)
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