segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Eutanásia

Olá amigos. Eu sei, este tema já foi muito esmiuçado. O que acontece é que enquanto as coisas não saírem do campo do “nim”, devemos continuar a falar.
Foi aprovado há já algum tempo a possibilidade de um doente escolher em consciência, como quer ser tratado quando estiver moribundo. É o chamado testamento vital. Ora, isto é um meio-termo para satisfazer os médicos que apoiam a eutanásia e os que são contra, não satisfazendo ninguém. Decide-se que não se quer ser reanimado, porém não se permite a morte medicamente assistida, mesmo que a qualidade de vida seja quase nula. Para esses casos existem cuidados paliativos (mas só para alguns).
Cuidados paliativos significam a maioria das vezes uma morte lenta e indolor de um corpo sem chama, isto se os cuidados não forem descuidados.
Sendo assim entramos num impasse em que os devotos da eutanásia querem morrer desenfreadamente às mãos de um médico. Por outro os devotos dos cuidados paliativos deixam ao cuidado de “deus” (e da morfina) o seu fim.
Pois bem, ninguém se entende. O que afinal é melhor?
Imaginem um homem que se quer suicidar, mas não se quer aleijar, então vai ao médico para lhe dar um sódio pentobarbital e morre. Isto é morte assistida ou assassinato consentido?
E os cuidados paliativos? São cuidados, ou um acto religioso para que sejam os desígnios de deus a ditar o caminho do doente (bastante drogado e provavelmente inconsciente)?
O segredo, penso eu, é o equilíbrio entre a eutanásia e os cuidados paliativos.
Não se pode generalizar. Não se pode matar por matar, nem viver por viver.
Não obstante, não se pode proibir ou restringir nem uma coisa nem outra.
Cada caso é um caso e deve ser analisado em consciência.
A vida é o bem mais importante que temos!
Quanto às palavras. Essas são maior parte das vezes proferidas com ligeireza e envoltas em superficialidade que fica bem, está na moda.
Sim à vida quando é vida. Não há vida quando acaba.

I`ll smell you all later

3 comentários:

  1. Há sobrepopulação. Se alguns desejam morrer, a vida é deles, acho que deviam fazer o que entender com ela.
    Haverá sempre alguém a ganhar com isso, seja quem já não quer viver, sejam os hospitais que não têm de sustentar pessoas em estado vegetativo, seja quem esteja a cuidar da pessoa, seja o resto do povo que paga impostos, sejam (vá sejamos dramáticos) os recursos naturais.

    Agora, na minha opinião, deverá ser a própria pessoa, consciente e sóbria, que deve tomar essa decisão. Não os familiares ou responsáveis. Embora estes sejam os que acabam por sofrer mais.

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  2. Apoiados!

    Deixar as pessoas a sofrer para que "Deus" decida se vão morrer hoje ou dentro de três semanas é só mais um crime em nome Dele que as religioes vao cometendo sem que se possa meter-lhes travao.

    Seis séculos depois, continuamos na caça às bruxas.

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  3. Penso que o assunto é mais complexo que isso.
    Não e uma questão apenas de vontade, é uma questão de motivos. E ainda mais, é uma questão de dignidade humana. O importante não é o tempo de vida mas a qualidade de vida.

    Uma pessoa saudável que quer morrer não tem qualidade de vida; mas talvez possa dar a volta a isso com ajuda. Uma pessoa que sofreu um acidente e ficou tetraplégico, ou que está numa fase terminal de cancro, com dores, nenhuma destas pessoas vai recuperar a qualidade de vida. E nesse caso, se as pessoas desejarem morrer, devemos dar.lhes o direito de manterem a sua dignidade e de tomarem a sua decisão.

    Também não sei até que ponto se aplica a questão de não ressuscitar. Uma pessoa pode estar bem e precisar de uma intervenção simples e as coisas complicarem-se. Mas não foi uma doença com continuidade, a pessoa não estava à espera. E no entanto, assinou o papel para a deixarem morrer.

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