quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CINEMA PARAÍSO



Queria revelar-vos uma das minhas grandes paixões, o cinema. É por isso que com grande tristeza vos anuncio que o Blockbuster vai sair de Portugal, mais uma cadeia de empresas que prefere ir para outros ares ( onde podem pôr meninos de 5 anos atrás do balcão e pagares-lhes 2 euros por mês). Enfim querem acabar com os rituais de alugueres de filmes às sextas feiras e não há nada que possamos fazer!
Acabaram-se os momentos em que eu passava horas a escolher um filme e a falar dos que via na prateleira (não falava sozinho claro). Perdia-me lá dentro, era dos poucos lugares que eu sentia meus, apesar de ultimamente não ir lá tantas vezes como queria. Pois bem, cabe-me agora eternizar todos aqueles momentos e esperar por dias mais soalheiros para a 7ª arte.

Será que estas pessoas têm se quer a noção do que é cinema? Claramente não.
Não digo que saiba o que é cinema, pois não o sei descrever com exactidão. Mas sei que preferir cifrões, ao invés de qualidade, não me parece a melhor maneira de captar a sua essência.
Acho que tentar definir cinema é estar a matá-lo, é torná-lo finito, imutável, o que não poderia ser mais errado.
O conceito vai-se alterando de acordo com muitos factores, desde já os económicos, políticos, criativos.

Para os irmãos Lumiére (criadores do primeiro exemplo de cinema), Cinema era uma mera captação de operários a executar o seu trabalho, diziam ainda que o cinema não tinha futuro e que aquilo deixaria de fazer sentido. Ora, que me desculpem os irmãos, mas cá me parece que se enganaram, visto que eles faleceram e (felizmente), não só o cinema não morreu, como já não se filmam mineiros a trabalhar e se chama a isso arte (apesar de haver filmes piores que isso).

Por isso meus amigos o conceito está em permanente desconstrução e recriação, mas vai sempre estar presente nas nossas vidas.

Não vos chateio mais por hoje com as minhas lamúrias pseudo-filosóficas. Termino dizendo que o caminho mainstream é, por vezes, necessário, mas não é o único caminho. Sei que o factor económico é importante e dou muito valor aqueles filmes que geram milhões e que permitem com esse lucro que outros filmes (de dimensão reduzida e de qualidade maximizada) sejam produzidos e possam chegar até nós.

Os fenómenos Avatar e Transformers, são necessários para que pequenos produtores possam financiar pérolas independentes como, 500 days of summer e Slumdog Millionaire.

I`ll smell you all later

P.S. Sim, sim também sei ser sério. Para saber ser divertido, levando os temas com ligeireza, é também preciso ser um pouco sério, se não limitamo-nos a ser apenas conceitos incompletos perdidos no universo.

2 comentários:

  1. ainda tenho q ver o 500 days of summer, n me esqueci =P

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  2. conceitos incompletos perdidos no universo, estavas muita bêbado?

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